16.7.06


Foto: Werinton Kermes


.não adianta vir me falar destas coisas novas. a única coisa de tom são suas meias coloridas. de
nada adianta – ir adiante é uma ilusão do tempo, como voltar também. o sentido é algo mais
novo que esta ferida aberta e este vestido leve. toda manhã um elefante caminha tranqüilo na
sala de louças. todas as moças trazem maçãs no rosto. o resto é batom no guardanapo. não há
números tão exatos quanto os horários perdidos. ir contigo é perigo tanto quanto ficar e ver os
pássaros, e pintar dois quadros e ser música. não há mais pés que circulem sem fetiche com o
fatídico. os sinais, todos esperam. esparramo esta casa toda ao lado que venta mais forte. por
medo, moda, por cegueira. anuncio no jornal que não vou tão mal. que eu fico um tempo, e o
tempo não fica muito em minha companhia. foge pela minha janela de vidros quebrados –
pedaços de muitas coisas. e a única alegoria que você carrega são restos de maquiagem furta-
cor. o dia espalmado de cinza ficou caçando ao léu seus gestos incontidos. quase vertigem desses
vôos que riscam mensagens no céu nublado. seu lábio comeu meu medo de pensar alto.

Nenhum comentário: