30.1.08

imagem: Bruno Cecim

Quando não aparece, me esqueço de desenhar no pátio um corredor de balões. Guardo a paleta das cores quentes embaixo do cobertor de inverno e a prece de graça no nervo da língua.Tomo café demoradamente e me corto com as cascas escuras do pão de cada dia. Acumulo frases e profecias que esqueço no bar (Ás 21h).
O vidro do balcão me conta as notícias velhas. E eu lhe devolvo agrados em cinzas bailarinas que não se conformam com o fim.Não aparece e o relógio prende o pulso com pressa. Aprendo a conversar com estranhos. Gosto da imagem da mulher que prende as roupas no varal de fios azuis entrelaçados. Enquanto as pernas disrítmicas tentam fazer música. Distante da presença só a ausência é acorde. Não me acode. E a rua passa em cima do meu ímpeto e me faz recuar duas casas...


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