3.2.07


Foto: Yves (Pablo)

Entendia a cidade pelas listras. Pelo pó do chão. Pisado seco na sola dos desatentos que, descansavam os encantos nos encostos dos bancos. Contava ovos e as horas pelo vento. Descrevia a virtude como nascente de Rio, e os sinais apenas para os bons frutos. Entendia a cidade pelos apelos riscados no asfalto. Pelo presságio das escrituras. Entendia e escultura dura das pedras soltas no assoalho. O barulho dos que estavam como sempre estiveram - confirmando a previsão. Entendia o presságio e negava a pressa. Como presa, passava os dias atento! Entendia a cidade pelos nomes de ruas - das ruas que antes eram nada - e os nomes que eram de ninguém. Entendia da idade o obsoleto das medicinas, e as meninas como se jamais tivessem ganhado corpo. Entendia a dor, por respeito, e o domingo pelas vestes limpas. Entendia da distância que o homem é do seu lugar, e do tempo - um dedo de Deus. Um dia entendeu que já entendia tudo - entediou-se e morreu!
Posted by Picasa

2 comentários:

Anônimo disse...

É difícil, mas é legal!

Anônimo disse...

Será isso um elogio??????rs
Brigada Luuuuuuuuu
A sua incompreenssão é um aprendizado ( não que eu mude, mas eu considero,rss.)
Bj