18.12.06


Domingus Tecum
Foto: Yves ( Moléstia)

O Domingo está lindo – o astro rei invade a sala de estar... Impávido colosso. Saudades – a tradução do que verdadeiramente seja a última flor do lácio.Enquanto o copo – plácido, plástico, descartável – acumula restos de um líquido amarelado, quase redenção! Restos de um tipo de papel envolto a uns tipos de elementos químicos e tabaco – quase poluição! Mea-culpa da semana inteira. Que começou na Terça. Que alterou registro de nome de filho e ideais de vida inteira. E nenhum hierofante de esquina apareceu pra ler a minha sorte. Para me dizer que pode ser amor, ou dor, ou carência...Paciência. Hoje é Domingo – O Sílvio Santos de cueca –na minha imaginação mambembe - pede audiência. O meu umbigo pede decência. O Zeca Baleiro pede passagem. Meu estômago – pede Ribeira. E o Lenine volta - um pouco mais de paciência!!!O Domingo está indo – a movimentação do tráfego na Marginal Dom Aguirre tremula a coleção disforme de latas entreabertas, equilibristas entre a pilha de revistas da semana que passou e os recortes de jornais de ontem. Neles – os classificados não são os primeiros - são os que em desespero se anunciam, se trocam, permutam-se. A labuta do dia de folga e a foto que enrola o peixe envolto a matéria da construção dos piscinões. A vocação dos sermões é do dia de hoje.O Domingo está rindo – Logo passa alguém feliz na televisão que, hoje, eu não me permiti. Logo as casas, os templos de louvação, se renderão em preces e murmúrios. O taciturno senhor dos castigos se rasgará em sorrisos ante as oferendas de fé e sessões de lordoses. A dose do cálice - para que calem-se – nunca é compreendida. E o Domingo é tomado pela retórica das oratórias decoradas do livrinho."Meu santinho – eu não sei o que significa unigênito – mas é meu jeito""Meu senhor – Homilia é o mesmo que humilha?E a multidão de ovelhas seguem herméticas ...E o Domingo segue depois do sol.
Notas dominicais: Não há um boteco aberto num raio de 200 ms

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